25 de abr. de 2014
22 de abr. de 2014
12 de abr. de 2014
Papel feito com cocô
Derrubar árvores para fazer papel não está com nada! Já ouviu falar na PooPooPaper? Trata-se de uma fábrica artesanal que usa o cocô de animais herbívoros, alimentados à base de pasto, como matéria-prima para a produção de papel.
Tem quem ache a ideia maluca ou nojenta, mas o fato é que funciona – e os fundadores da PooPooPaper estão ganhando muito dinheiro com ela! Afinal, esses bichos oferecem, de graça, todos os dias, um bocado de cocô lotado de fibras vegetais: a matéria-prima do papel. E não é exagero dizer que é de graça: a quantidade de esterco produzida pelos animais é tanta que chega a ser um problema para os zoológicos, que ficam felizes da vida em doar o cocô ao PooPooPaper.
Com matéria-prima grátis, a fábrica produz papel a um custo muito baixo e lucra ainda mais na hora das vendas – que, claro, estão bombando: afinal, o produto chama a atenção! Parte do lucro ainda é destinado para a preservação dos animais que “trabalham” para a PooPooPaper: elefantes, vacas, cavalos e pandas.
No site da iniciativa*, os fabricantes explicam o passo a passo da transformação do cocô em papel e garantem que o produto final não tem nenhum cheiro. Lá os brasileiros também podem comprar os produtos da PooPooPaper – entre eles: bloquinhos, marcadores, agendas e, até, álbuns de fotos –, que já são comercializados em lojas de sete países da Europa e da América do Norte. Que tal trocar o papel feito de árvore por um fabricado com cocô?
Privada produz eletricidade e fertilizantes
Batizada de No-Mix Vacuum Toilet, a nova privada desenvolvida por cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Cingapura, promete reaproveitar tudo o que “jogamos fora” quando vamos ao banheiro. O número 1 se transforma em fertilizante, enquanto o número 2 é utilizado para produzir eletricidade.
Como? O vaso sanitário possui duas câmaras que separam os dejetos líquidos dos sólidos. Após a descarga, o xixi é encaminhado para uma instalação de processamento capaz de separar o nitrogênio, fósforo e potássio presentes na urina humana para utilizá-los na produção de fertilizantes. Já o cocô segue para um biorreator para liberação de biogás, que contém metano – substância que pode substituir o gás natural utilizado nos fogões ou, ainda, ser convertida em eletricidade.
E as promessas do No-Mix Vacuum Toilet não param por aí: a privada tem potencial para reduzir em até 90% os gastos com água, em relação aos atuais vasos sanitários. Isso porque ela possui uma tecnologia de vácuo de sucção – a mesma usada em banheiros de aviões – que utiliza entre 0,2 e 1 litro de água por descarga, enquanto uma privada convencional consome entre 4 e 6 litros.
O projeto do No-Mix Vacuum Toilet levou cerca de um ano e meio para ser desenvolvido pelos cientistas da NTU que, agora, planejam testar o produto em dois banheiros da própria universidade. Se a privada realmente funcionar, a expectativa é de que seja lançada no mercado em cerca de três anos. Você aprova o uso do No-Mix Vacuum Toilet em banheiros públicos mundo afora?
11 de abr. de 2014
5 de abr. de 2014
A questão da água
Estudiosos preveem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África. Mas também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes inesgotáveis, vêem algumas de suas cidades sofrerem falta de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas. Entre os países, o Brasil é privilegiado com 12% da água doce superficial no mundo.
Outro foco de dificuldades é a distância entre fontes e centros consumidores. É o caso da Califórnia (EUA), que depende para abastecimento até de neve derretida no distante Colorado. E também é o caso da cidade de São Paulo, que, embora nascida na confluência de vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo as fontes próximas e tem de captar água de bacias distantes, alterando cursos de rios e a distribuição natural da água na região. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%) e o desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos.
Disponibilidade e distribuição
Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País.
O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponível 6% do total da água.
Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro; quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea. Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca.
Qualidade comprometida
A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de beber cada vez mais cara. Essa situação resulta da forma como a água disponível vem sendo usada: com desperdício - que chega entre 50% e 70% nas cidades -, e sem muitos cuidados com a qualidade. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água.
Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de atividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água. A baixa eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição: as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40% e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado. O saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos esgotos domésticos e 70% dos afluentes industriais são jogados sem tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nível de degradação nunca imaginado.
Alternativas
A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação. Seria necessário, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios. Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo humano.
Após a Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltam a importância de reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para as particularidades de cada região.
A água no mundo
A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aquíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo.
Se em termos globais a água doce é suficiente para todos, sua distribuição é irregular no território. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semi-áridas, apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países desenvolvidos.
O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas - o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.
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