19 de mai. de 2012

Doce que emburrece



Atenção estudantes, ficar tomando refrigerante e beliscando doces por umas seis semanas é o suficiente para emburrecer você e fazê-lo sair-se mal nas provas.
É o que garantem cientistas da renomada Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Usando animais de laboratório, o estudo mostrou que uma dieta constante com elevada dose de frutose deixa o cérebro mais lento, prejudicando a memória e a aprendizagem.
Embora pesquisas anteriores já tenham demonstrado como a frutose prejudica o corpo através do seu papel na obesidade, no diabetes e no fígado, este estudo é o primeiro a mostrar que os adoçantes usados pela indústria influenciam o cérebro.
O que você come afeta como você pensa
A equipe se concentrou no xarope de milho, um líquido de baixo custo e elevado teor de frutose, seis vezes mais doce do que o açúcar de cana-de-açúcar, que é adicionado aos alimentos processados, incluindo refrigerantes, condimentos, e alimentos para bebês.
"Nós não estamos falando da frutose que ocorre naturalmente nas frutas, que também contêm antioxidantes importantes," explicou Fernando Gómez-Pinilla, um dos autores do estudo. "Estamos preocupados com o xarope de milho com elevado teor de frutose que é adicionado aos alimentos industrializados, como adoçante e conservante."
Outra boa notícia é que o estudo também demonstrou que a ingestão de alimentos ricos em ácidos graxos ômega 3 pode diminuir os efeitos maléficos desses alimentos e bebidas adocicados.
"Nossas descobertas mostram que o que você come afeta como você pensa," disse Gomez-Pinilla. "Adotar uma dieta rica em frutose ao longo do tempo altera a capacidade do seu cérebro para aprender e lembrar de informações. Mas a adição de ômega-3 nas suas refeições pode ajudar a minimizar os danos."
Óleo de linhaça e ácido docosahexaenóico
Os animais de laboratório aprenderam a percorrer um labirinto.
A seguir, eles foram divididos em grupos e submetidos a dietas ricas em frutose derivada de xarope de milho, diluída na água que bebiam.
Um dos grupos recebeu também suplementos de ômega 3 na forma de óleo de linhaça e ácido docosahexaenóico (DHA), que protege contra danos às sinapses - as ligações químicas entre as células cerebrais que permitem a memória e a aprendizagem.
"O DHA é essencial para a função sináptica, a capacidade das células cerebrais de transmitir sinais umas para as outras," diz Gomez-Pinilla. "Este é o mecanismo que torna o aprendizado e memória possíveis. Nossos corpos não podem produzir DHA suficiente, por isso ele deve ser complementado através da nossa dieta."
Resistência à insulina
Depois das seis semanas, o grupo que ingeriu mais frutose teve um desempenho muito pior do labirinto do que os ratos de controle - todos haviam aprendido o labirinto seis semanas antes.
Mas os animais que receberam o suplemento de ômega 3 não se saíram tão mal assim.
Os ratos que ingeriram o alimento adocicado e não receberam ômega 3 também desenvolveram sinais de resistência à insulina, um hormônio que, além de controlar o açúcar no sangue, também regula a função sináptica no cérebro.
Um olhar mais atento no tecido cerebral dos ratos sugere que a insulina perdeu muito de seu poder de influenciar as células do cérebro.
"Nossas descobertas sugerem que consumir ômega 3 regularmente protege o cérebro contra os efeitos nocivos da frutose," disse Gomez-Pinilla.
Ou você pode deixar os refrigerantes e doces de lado e contar com os ganhos extras da alimentação mais saudável.

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