10 de fev. de 2015

ÁGUA DO MAR VIRA POTÁVEL ENRIQUECIDA EM SP




Uma companhia localizada em Bertioga, litoral de São Paulo, desenvolveu um método para dessalinizar a água do mar e torná-la própria para consumo humano. O produto espera a análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa ser comercializado.


Batizado de 63 Water Vital Minerals, a empresa não ganhou esse nome à toa. Os fundadores, o empresário Annibale Longhi e o engenheiro Silvio Paixão, garantem que, por meio da técnica, é possível retirar o sal e ainda manter 63 minerais que são importantes para os seres humanos.


Longhi afirma que as garrafas de água vendidas nos supermercados possuem cerca de 12 minerais, entretanto para o corpo se manter saudável são necessários muito mais.


No laboratório, a água passa por um processo de tratamento de quatro fases. Coletada a 10 quilômetros de distância da costa e abaixo de 30 metros de profundidade, o líquido passa por desinfecção, decantação, filtragem, em seguida passa por análises e controles de qualidade. Segundo a empresa, nada é adicionado na água. A fábrica tem capacidade para fabricar 33 mil garrafinhas diariamente.


Os empresários já conseguiram o aval da biomédica Lucia Abel Awad, que realizou uma pesquisa com apoio da USP e da UNIP. A conclusão foi que a água não tem efeito tóxico e que pode ser ingerida normalmente. O estudo foi anexado aos documentos exigidos pela Anvisa.


Apesar de estar sob avaliação da Anvisa para ser comercializada em território nacional, o mesmo órgão já autorizou a produção e exportação da água. Em reportagem ao G1, os empresários afirmaram que há compradores na França e Alemanha. Por isso, a água agora deve passar pelo crivo da legislação europeia. Ainda de acordo com o site da empresa, a água engarrafada já possui distribuidores nos Estados Unidos.

Preço

Por mês, a produção teria uma média de 1 milhão de unidades. Mas, essa possível solução para a falta d’água tem um preço salgado. 

Enquanto uma garrafa de água mineral comum custa em média R$ 1,50, uma garrafinha de água dessalinizada chega a custar duas ou três vezes mais.

Sabor

O G1 testou o produto com alguns moradores da Baixada Santista e a reação das pessoas foi a melhor possível.

Segundo um estudo de uma pesquisadora ligada à Universidade Paulista (Unip) e Universidade de São Paulo (USP), a água não oferece riscos e pode ser consumida normalmente.

A ideia

Um dos responsáveis pela criação do processo de dessalinização, o empresário Annibale Longhi, conta que buscava também uma forma de recuperar os minerais perdidos no dia a dia por meio da água. 

“Uma célula em equilíbrio deve conter cerca de 100 minerais. Ao longo da vida, você vai perdendo isso.” Por isso, Longhi começou a fazer experiências para encontrar um produto que não tivesse sal em grande quantidade e que fosse saudável.

Após um longo período de análises, ele descobriu que o mar guarda os minerais necessários para o corpo. 

“Na água do mar encontramos 63 minerais que ajudam o sistema celular. A água vendida nos supermercados tem, no máximo, 12 minerais. Porém, para o corpo ficar saudável, precisa de muito mais”, explica.

Tratamento

Há três anos o empresário e o engenheiro Silvio Paixão montaram um sistema de dessalinização da água. 

Ela é retirada do mar, a cerca de 30 metros de profundidade, e passa por um processo de tratamento de quatro fases. 

Metade da água retirada do mar se transforma em potável. A outra metade volta para o oceano, com concentração maior de sal. Esta água é descartada em vários pontos para não comprometer o meio ambiente.

Após o tratamento, a água permanece com os 63 minerais naturais que o corpo necessita. 

De acordo com Paixão, o pH 7,5 da água do mar é mantido. O pH é a medida que indica a acidez, a neutralidade e a alcalinidade de uma solução. Sete é o valor neutro. Um pH mais perto de 0 indica acidez e mais perto de 14, alcalinidade.

“Como nós não adicionamos nada, só retiramos o cloreto de sódio, o pH permanece o mesmo. O pH é uma coisa muito importante quando se trata de saúde humana. Essa água nunca vai trazer problemas para o corpo. O rim e o fígado funcionam até melhor”, afirma.

Produção

No laboratório em Bertioga, é possível produzir uma grande quantidade das garrafas de água. 

A fábrica tem condições de fazer até 33 mil garrafinhas por dia, totalizando 16 mil litros do produto, o que daria cerca de 1 milhão de unidades por mês. 

Pesquisa

A biomédica Lucia Abel Awad, com o apoio da USP e da Unip, realizou um estudo de cerca de três anos sobre a água fabricada em Bertioga. 

“Primeiro fizemos testes em camundongo e ratos, com protocolos que obedecem aos critérios da Anvisa. Avaliamos questões hematológicas, renais, hepáticas e sinais clínicos. Fizemos todos os testes para saber se a água produzia algum efeito maléfico ou benéfico no organismo desses animais. Os animais não apresentaram problemas. Concluímos que a água não tem efeito tóxico e que pode ser tomada sem restrições”, diz ela.

Vendas

A água 63 Water Vital Minerals já foi engarrafada, mas os empresários aguardam a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a vender o produto no Brasil. 

A pesquisa realizada pela universidade foi incluída na série de documentos e exames laboratoriais solicitados pelo órgão. 

“Superamos a demanda da Anvisa e estamos aguardando a análise. Entregamos todo esse material no começo de 2014 e estamos esperando a aprovação”, afirmou o engenheiro.

Segundo eles, há compradores na Alemanha (Galeria Kaufhof) e na França (La Grande Epicerie), onde o produto também passa por análise, de acordo com a legislação europeia.

“Já passamos pelos processos de análise química e microbiológica. Estamos na fase da radioatividade. Passando por isso, nosso produto será aceito em toda a Europa”, explica Paixão. (Via G1)

FONTE: CICLO VIVO
http://ciclovivo.com.br/noticia/empresa-de-sp-transforma-agua-do-mar-em-potavel

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