6 de mar. de 2011

Entomofagia - Comer insetos

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Comer insetos

Há alguns dias, o Diário da Saúde publicou uma reportagem sobre os benefícios da criação de insetos para consumo humano, em relação à criação de bois e porcos.
Agora, um insectólogo holandês vem fazendo uma campanha para convencer o mundo ocidental a adotar um costume que, segundo ele, é bastante comum nos trópicos: comer insetos (prática conhecida como entomofagia) como fonte alternativa e sustentável de proteína.
A proposta de Arnold van Huis, detalhada em um artigo publicado na revista The Scientist, não é nova.
Em 1885, o insectólogo britânico Vincent M. Holt escreveu um pequeno livro intitulado Why not eat insects? (Por que não comer insetos?).
Evitar os transgênicos
Os argumentos dos dois especialistas ganham força num momento em que o mundo procura soluções para a crise dos alimentos.
Na Grã-Bretanha, um estudo sobre alimentos e o futuro da agricultura encomendado pelo governo e divulgado nesta semana pede ação urgente para evitar a fome global.
Segundo o relatório, dentro de 20 anos, serão necessários 40% mais alimentos, 30% mais água e 50% mais energia para suprir as necessidades da população do planeta.
O sistema atual de produção, além de não ser sustentável, não será capaz de suprir a demanda, argumentam os autores do estudo, realizado pelo centro de estudos Foresight.
Relatórios como esse tendem a ser usados como base para argumentos a favor do uso de técnicas de engenharia genética para produzir alimentos.
A saída oferecida por van Huis, da Wageningen University, na Holanda, é mais direta e evita a questão polêmica dos transgênicos.
Valor nutritivo dos insetos
Em entrevista à BBC Brasil, o insectólogo não quis recomendar um inseto em especial, dizendo que tudo depende da forma como são preparados.
Ele disse que algumas espécies têm sabor semelhante ao das oleaginosas (como o gergelim, por exemplo) e ressaltou que nem todas as espécies são comestíveis, já que algumas são venenosas.
"Insetos venenosos são consumidos nos trópicos, mas a população local sabe como lidar com isso, removendo o veneno", explicou.
Quanto ao seu valor nutritivo, a carne do inseto é comparável às tradicionais, como a de porco, vaca, carneiro e peixe.
Segundo van Huis, o conteúdo protéico de um inseto varia entre 30 e 70%, dependendo da espécie.
Eles também são ricos em ácidos graxos essenciais e vitaminas, especialmente as do complexo B.
Em seu artigo, o insectólogo diz que mais de mil espécies de insetos são comidas nos países tropicais, entre elas, larvas de borboleta, gafanhotos, besouros, formigas, abelhas, cupins e vespas.
Insetos comestíveis
E as baratas? Elas também são comestíveis?
Van Huis disse à BBC Brasil que, em suas viagens, nunca viu ou ouviu relatos de pessoas comendo baratas. Mas acrescentou:
"Um colega, que está fazendo um inventário de insetos comestíveis, encontrou baratas comestíveis".
Em seu artigo na revista The Scientist, Van Huis escreve, no entanto, que os ocidentais se enganam quando pensam que os povos dos trópicos comem insetos porque estão passando fome.
"Pelo contrário", ele diz. "Um petisco de inseto é com frequência considerado uma iguaria".
Este seria o caso, no Brasil, da formiga tanajura. Segundo especialistas brasileiros, essa formiga, fêmea ovada das saúvas, é considerada uma verdadeira guloseima no Brasil.
Alternativas à carne
Segundo o insectólogo, o consumo mundial de carne quase triplicou desde 1970 e deve dobrar até 2050.
Ele diz que 70% da terra cultivada já é usada para alimentar rebanhos. Van Huis diz que uma intensificação ainda maior na pecuária em escala industrial poderia aumentar os custos para o meio ambiente e para a saúde.
Criações de rebanhos de grande densidade favorecem o surgimento de doenças.
Rebanhos consomem grandes quantidades de água e emitem grandes quantidades de gases responsáveis pelo efeito estufa - como o gás metano, por exemplo.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), as criações de rebanhos respondem por 18% das emissões desses gases.
Cupins, baratas e certas espécies de besouro também produzem metano, mas a maioria dos insetos comestíveis, não.
E a carne de insetos ainda apresenta uma outra vantagem em relação à carne tradicional, explica van Huis.
"Eles convertem o alimento em massa corporal de maneira mais eficiente", diz o especialista. "Para produzir 1 kg de carne, grilos precisam de 1,7 kg de alimento. Muito menos do que o frango (2,2 kg), o porco (3,6 kg), o carneiro (6,3 kg) e a vaca (7,7 kg).
Portanto, por que não comer insetos? - ele pergunta.
E conclui seu artigo sugerindo que governos e empresas deveriam explorar o incrível potencial dos insetos como fonte de carne, promovendo essa indústria. "No sul da África", ele diz, "este já é um negócio de US$ 85 milhões".
Consumo de insetos pelo homem
Em declaração à BBC Brasil, o biólogo Eraldo Medeiros Costa Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia, disse concordar positivamente com a proposta de van Huis.
"No entanto, muitas espécies de insetos apresentam compostos farmacologicamente ativos e, assim, os efeitos tóxicos potenciais dos insetos comestíveis precisam ser investigados com mais atenção", acrescentou.
Costa Neto explica que a FAO está realizando um inventário das atividades relacionadas ao consumo de insetos pelo homem.
"A FAO acredita que o papel específico dos insetos comestíveis e seu potencial na segurança alimentar, qualidade dietética e alívio da pobreza está severamente subestimado", diz o biólogo.
"Com esse inventário, será formulada uma estratégia para promover o consumo de insetos em nível mundial".
Pesquisas feitas por Costa Neto no Brasil revelaram que insetos fazem parte da dieta de vários grupos indígenas, comunidades urbanas, populações ribeirinhas do Amazonas, grupos de pastores e de pescadores e comunidades afro-brasileiras.
O cardápio desses grupos inclui pelo menos 135 tipos de insetos.



Entomofagia é definido como o consumo de insetos, aracnídeos e artrópodes em geral, como alimentos para humanos e animais. É um hábito alimentar amplamente utilizado em algumas culturas do mundo: América Central e do Sul, África, Ásia e Austrália, embora em alguns outros, é muito comum e é considerado um tabu.

Para muitos pode ser até assustador, para outros nojento, mas saibam que isso é um habito normal em vários lugares do mundo. Na Tailândia, por exemplo, nada melhor do que começar o dia comendo um bom prato de tarântulas ou grilos crocantes. Acho ruim? Acha que faz mal? Que nada!

Além de não fazer mal algum, muitos insetos podem ser tão nutritivos (alguns até saborosos) quanto vários outros bichos que colocamos no prato todos os dias, como vaca, frango, peixe, etc.
Os Chimpanzés, porcos-da-terra, ursos, toupeiras, musaranhos e morcegos são apenas alguns dos mamíferos, com exceção dos humanos, que tem os  insetos com um dos principais alimentos da cadeia alimentar. Existem 1.417 espécies de insetos comestíveis e cerca de 3.000 grupos étnicos ao redor do mundo que atualmente praticam a entomofagia.

A maior parte desses insetos são comidos nos estágios de larvas e pupas, ainda que alguns sejam bons até a idade adulta. Encabeçando a lista dos mais comestíveis está o besouro, com 344 variedades. Formigas, abelhas e vespas estão logo atrás com 314. Borboletas, mariposas, gafanhotos e grilos são os outros competidores de peso.

A Ásia, como muitos sabem, é o principal continente do mundo que tem por opção esse tipo de alimentação tão exótica. Por lá as larvas de mariposas, grilos, pupas de mariposa, besouros e libélulas são comidos com muito gosto.

Os Chineses são apaixonados por grilos tostados como aperitivo ou cozidos  no arroz. As larvas são adicionadas a sopas, cozidas ou servidas fritas. Os japoneses consideram a pupa do bicho-da-seda uma iguaria. Mas nenhum desses chega aos pés da barata d'água gigante. Essa criatura é a favorita na Ásia. Ela pode ser tostada e comida inteira ou moída em uma pasta para molhos.

Os africanos apreciam os grilos e os gafanhotos, mas misturam um pouco mais os sabores comendo cupins e lagartas também. Mas é só chegar nas Américas que a coisa fica muito mais extravagante, principalmente em alguns países da América do Sul.

Nesses países os menus são especialmente enriquecidos com escorpiões e tarântulas. As tarântulas são consideradas um pouco gordurosas, e para o autor do livro "Man Eating Bugs", Peter Menzel, tem um gosto parecido com frango. Ele cita no livro uma coisa bem engraçada em relação a esses aracnídeos tão temidos por tanta gente: "Se frangos não tivessem ossos, tivessem pelos em vez de penas e fossem do tamanho de um pardal recém-nascido, eles teriam o sabor parecido com o de tarântulas".
Top 15:
As 15 espécies de insetos comestíveis do mundo

Anoplura - piolhos
Orthoptera - gafanhotos, grilos e baratas
Hemiptera - qualquer inseto dessa espécie
Homoptera - cigarras e insetos da família Membracidae
Hymenoptera - abelhas, formigas e vespas
Diptera - moscas e mosquitos
Coleoptera - besouros
Lepidoptera - borboletas e traças
Megaloptera - Sialis lutaria e Corydalus cornutus
Odonata - libélulas e donzelinhas
Ephemetoptera - efeméridas
Trichoptera - moscas d'água
Plecoptera - moscas-de-pedra
Neuroptera - insetos das famílias Chrysopidae e Hemerobiidae e formigas-leão
Isoptera – cupins
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Mas que vantagem teria em se comer insetos? Claro, se não tivesse, ninguém comeria. Fico pensando no que as dondocas viciadas em dietas farão depois de ler esta parte. A maior parte dos insetos são benéficos e fazem bem à saúde. Um bom exemplo soa os grilos, ingeridos principalmente nos países Asiáticos. 100 gramas de grilos contêm apenas 121 calorias, dessas 121, apenas 49,5 calorias provêm de gordura. O Valor nutricional de um amiguinho do Pinóquio fica em 12,9 gramas de proteína e nos 75,8 miligramas de ferro. Isso para se ter uma ideia.

Vale lembrar que se você estiver em uma situação de sobrevivência, os insetos podem salvar sua vida, pois proverão você das proteínas diárias necessárias até ser resgatado. Mas todo cuidado é pouco, por alguns  deles podem ser tóxicos. O exercito ensina regrinhas básicas para escolher um inseto comestível infalível quando estiver em perigo: prefira bichos com coloração preto, verde e marrom e fique longe dos insetos vermelho, laranja e amarelo. Insetos com cores chamativas sempre serão sinônimos de animais tóxicos. Evite-os sempre!

E para os maluquinhos de plantão, lembrem-se que vivemos em cidade grande, e é comum as pessoas lançarem inseticidas por todo canto. Não vai saindo catando formiga ou barata no chão para comer por você acabara intoxicado pelos vermicidas. Depois não diga que não avisei! Quer comer insetos? Vai para Ásia!

Vale lembrar que comer insetos é um hábito antigo entre os seres humanos. Os asiáticos não foram os primeiros e não serão os últimos, pois já na pré-história os homens usavam ferramentas pontiagudas para capturar cupins e comer. Pode ser nojento para você, mas já salvou muita vida em muito lugar nesse planeta durante muitos anos.

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